Clínica

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Dermatologia Clínica

A dermatologia clínica é responsável pelo diagnóstico, prevenção ou tratamento de doenças que se manifestam na pele, cabelos e unhas. Os cuidados com a pele e seus anexos são extremamente necessários para uma vida saudável.

Doenças infecciosas mais comuns

As doenças infecciosas mais frequentes são causadas por vírus (herpes simples), fungos (micoses) e por bactérias (impetigo).

O herpes simples costuma acometer os lábios ou a região genital. Pode ser recorrente e desencadeado por estresse, calor ou frio. Atualmente existem medicamentos para tratar tanto as crises como para preveni-las.

As micoses podem atingir a pele, as unhas e os cabelos, principalmente quando existem condições de calor e umidades excessivas. São exemplos de micoses superficiais a pitiríase versicolor (“pano branco”), o intertrigo (“frieira”) e a candidíase.

O impetigo é uma infecção superficial da pele muito comum, altamente contagiosa, vista mais frequentemente na face ou extremidades. Acontece após um pequeno trauma na pele ou mesmo após a picada de insetos e necessita de antibióticos locais ou orais para seu tratamento.

HERPES

Herpes é uma doença causada por diferentes tipos de vírus: o Vírus Varicela-Zóster (VVZ), que causa catapora (varicela) e também o popularmente conhecido cobreiro (herpes zóster) e os herpes vírus tipo 1 e tipo 2, que causam o chamado herpes simples.
O herpes simples é uma infecção viral comum, para a qual 99% da população adulta já adquiriu imunidade na infância e na adolescência, tendo infecção subclínica (assintomática) ou um único episódio, obtendo resistência ao vírus para toda a vida.

O Herpes vírus 1 geralmente, determina infecção nos lábios e dentro da boca (especialmente na infância, a chamada estomatite herpética ou primoinfecção pelo herpes vírus), enquanto o herpes vírus 2, em geral, determina lesões nos genitais e pode ser adquirido por via sexual, porém não exclusivamente dessa forma. A infecção pelo herpes vírus 1 e/ou 2 pode ser recorrente surgindo durante episódios febris por doenças de causas variadas, em mulheres no período pré-menstrual e após exposição solar inadequada e sem proteção.

O tratamento é individualizado e só o médico poderá indicar qual o melhor para cada caso. Procurar o médico imediatamente quando surgirem os primeiros sintomas é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados.

Cuidados com higiene e atenção aos hábitos diários pode ajudar na prevenção.  Exemplos: só manter relação sexual com preservativo, não beijar a boca de alguém com lesões, não utilizar objetos íntimos de outras pessoas e não tocar na pele de pacientes com a doença em sua fase ativa.

MICOSES

Micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos.
São particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias para o desenvolvimento dos fungos.

São exemplos de micoses superficiais a pitiríase vesicolor, as tineas, a candidíase e as onicomicoses.

Pitiríase Versicolor:
Doença muito comum, especialmente entre jovens, de evolução crônica e recorrente. Indivíduos de pele oleosa são mais susceptíveis a apresentar esse tipo de micose, também conhecida como micose de praia ou pano branco, e que é causada por fungos do gênero Malassezia.

Tineas (tinhas):
Doenças causadas por um grupo de fungos que vive às custas da queratina da pele, pelos e unhas. Estes fungos podem ser zoofílicos (encontrados em animais), geofílicos (encontrados no solo) e antropofílicos (encontrados nos homens).

Candidíase:
Infecção pela cândida pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. É um fungo oportunista, assim, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor.

Onicomicoses:
Principal causa de alteração ungueal vista no consultório. Acomete tanto as unhas dos pés quanto das mãos. São raras na infância com predomínio no adulto. Geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Pitiríase versicolor:
Apresenta-se clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas. Normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome versicolor.

Tineas (tinhas):
Manifestam-se como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescem de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, apresentando pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma é coceira.

Candidíase:
Pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), provocando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada.

Onicomicoses:
Geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Pitiríase versicolor:
O tratamento pode ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos ou orais.

Tineas:
No tratamento das tineas podem ser utilizados antifúngicos locais ou orais.

Candidiase:
No tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.

Onicomicose:
O tratamento é difícil e muito prolongado. Pode feito com medicamentos locais ou orais.

Atenção: na suspeita de micose deve-se procurar auxílio médico. Os médicos dermatologistas possuem treinamento especializado e atualizado para diagnosticar e tratar as micoses.

Hábitos higiênicos são importantes na prevenção das micoses.

Usar somente o próprio material ao ir à manicure.

Secar-se sempre muito bem após o banho, principalmente nas dobras, como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés.

Evitar o contato prolongado com água e sabão. Evitar andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas e lava-pés de piscinas. Não ficar com roupas molhadas por muito tempo.

Não compartilhar toalhas, roupas, escovas de cabelo e bonés, pois esses objetos podem transmitir doenças.

Não usar calçados fechados por longos períodos e optar pelos mais largos e ventilados.

Evitar roupas muito quentes e justas e aquelas feitas em tecidos sintéticos, pois não absorvem o suor, prejudicando a transpiração da pele.

PARONÍQUIA

Paroníquia é o nome dado ao processo de inflamação da pele em torno da unha.
Ela tem início devido à “perda” da cutícula, que pode ser causada pelo hábito de remoção por alicate, por pequenos traumatismos, ou por agentes químicos (como detergentes de cozinha, por exemplo), geralmente.
Algumas profissões predispõem à paroníquia, em especial aquelas que têm muito contato com a água, como copeiras, lavadeiras, etc. Nesses casos, é muito importante proteger as mãos (usar luva de borracha) ou evitar o contato com água e produtos químicos.

A partir da “perda” da cutícula ocorre penetração de produtos irritantes ou até de microrganismos entre a unha e a pele (próxima da cutícula) o que gera uma inflamação, às vezes com pus e vermelhidão. Em alguns casos, pode provocar alteração da unha. Pode ser aguda ou crônica.

O profissional indicado para tratar do problema é o médico dermatologista. Após o diagnóstico, ele poderá receitar um antibiótico, um antifúngico ou um corticóide tópico, dependendo da causa.

Em algumas situações, pode ser necessária uma drenagem para aliviar a dor e, em casos crônicos, em que o tratamento com tópicos não funcionou, pode ser necessária uma cirurgia, que costuma apresentar um resultado muito positivo.

Na maioria das situações é necessário evitar o fator desencadeante, seja ele o contato com água ou com agentes químicos, e afastar a possibilidade de uma alergia (ao esmalte, por exemplo).

IMPETIGO

É uma infecção bacteriana superficial da pele muito comum, altamente contagiosa, vista mais frequentemente na face ou extremidades da pele de crianças, mas também pode acometer adultos.
Acontece após um pequeno trauma da pele ou mesmo após a picada de insetos. Pode ocorrer sobre outras doenças prévias da pele, como a dermatite atópica, que sofrem a contaminação secundária pela bactéria.

A pele fica danificada e se formam crostas, chamadas melicérias, por ter coloração parecida com à do mel. Por vezes, pode formar bolhas que se rompem, quando, então, se torna o impetigo bolhoso. Não há sintomas locais, mas a lesão vai se disseminando para áreas contíguas.

Limpeza das feridas com água e sabão e remoção das crostas. Para infecções mais localizadas, cremes ou pomadas de antibióticos topicamente são utilizados e, em casos mais intensos e difusos, antibióticos orais.
O profissional  indicado para tratar do problema é o médico, só ele poderá prescrever as medicações adequadas para cada caso.

Limpar os ferimentos da pele e evitar a “coçadura” de lesões prévias para não acontecer a contaminação secundária.

Outras doenças e problemas dermatológicos

É preciso estar atento aos sinais e ter cuidado com a pele, pois ela demonstra muito do nosso estado de saúde.
Desde o diagnóstico correto até a melhor forma de prevenção de doenças como o câncer de pele, o vitiligo,  psoríase, e de condições como envelhecimento cutâneo. Conheça  um pouco mais sobre esses assuntos.

ACNE

Acne é o nome técnico dado as espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos (pelos). Mais frequente na adolescência porém comum em adultos, principalmente nas mulheres, devido as variações hormonais (ciclo menstrual) . Além do incômodo das lesões, o aspecto inestético determinado por alterações da pele pode afetar emocionalmente e socialmente o paciente, tornando-o inseguro, deprimido, insatisfeito com sua imagem, com rebaixamento da autoestima e prejuízos na vida social e profissional.

Os hormônios sexuais são os principais responsáveis pelas alterações das características da pele e pelo surgimento da acne. As lesões aparecem com mais frequência na face, mas também podem ocorrer nas costas, ombros e peito. Esses hormônios, chamados andrógenos e estrógenos, são produzidos tanto pelos ovários (mulher) e testículos (homem) quanto pelas glândulas suprarrenais (duas pequenas glândulas situadas sobre os rins) em ambos os sexos. A produção dos andrógenos é maior nos homens e a dos estrógenos é maior nas mulheres. São os andrógenos os responsáveis pelo início do funcionamento das chamadas glândulas sebáceas que são mais ativas na face, peito, costas e couro cabeludo. Essas glândulas estão presentes desde o nascimento, mas são mais ativas na puberdade, época em que, em pessoas com predisposição genética, desencadeia mudanças relacionadas ao conteúdo de gordura (secreção sebácea) da pele e do couro cabeludo.

Os sintomas principais são: comedões (cravos); pápulas (lesões sólidas arredondadas, endurecidas e eritematosas); pústulas (lesões com pus); nódulos (lesões caracterizadas pela inflamação, que se expandem por camadas mais profundas da pele e podem levar à destruição de tecidos, causando cicatrizes) e cistos (maiores que as pústulas, inflamados, expandem-se por camadas mais profundas da pele, podem ser muito dolorosos e deixar cicatrizes).

Pode ocorrer piora relacionada a situações de estresse ou nos períodos de alteração hormonal como no período menstrual ou no climatério (período que antecede a menopausa). Certos medicamentos como corticoides, vitaminas do complexo B, exposição exagerada ao sol, contato com óleos, graxas ou produtos gordurosos, época do ano (especialmente inverno) e, principalmente, o hábito de mexer nas lesões (“espremer cravos e espinhas”) pioram o quadro. A acne não é contagiosa e não se relaciona à “sujeira” da pele ou do sangue.

O ideal é a acne ser tratada o mais precocemente possível. Está ultrapassada a ideia de que não se deve tratá-la por ser considerada “própria da idade”, “de desaparecimento espontâneo com o tempo” ou “de não ser doença”. Seu controle é recomendável não só por razões estéticas, como também para preservar a saúde da pele e a saúde psíquica, além de prevenir cicatrizes (marcas da acne) tão difíceis de corrigir na idade adulta. E a melhor forma de evitá-las é começar o tratamento adequado o mais cedo possível.

A acne tem tratamento e pode ser curada ou controlada, porém, isso pode levar bastante tempo.

Importante: quem tem acne não deve, em nenhuma hipótese, manipular (“cutucar, espremer”) as lesões, pois isso pode levar à infecção, inflamação e cicatrizes.

Há opções tanto de terapia local, quanto por via oral, ou a combinação de ambas. O tratamento vai variar de acordo com a gravidade e a localização, e em função de características individuais. É necessário verificar se há lesões não inflamatórias (“cravos”) e/ou inflamatórias (“espinhas”, nódulos, cistos) e/ou cicatrizes. Em formas leves, o tratamento pode ser apenas local, com inúmeros produtos existentes no mercado, isolados ou combinados. Quando o quadro não evolui bem o tratamento por via oral é associado, utilizando-se antibióticos específicos. O tratamento com antibiótico oral deve ser feito por, no máximo, três meses, em um ou até três ciclos. O tratamento hormonal, com anticoncepcionais orais, é sempre útil para as mulheres, desde que não existam contraindicações. Quando não há uma boa resposta aos tratamentos e se percebe uma tendência para cicatrizes ou um importante impacto negativo na qualidade de vida, deve ser indicada, o mais precocemente possível e desde que não existam contraindicações, a isotretinoína oral, mesmo em casos moderados. Contudo, esta droga é absolutamente contraindicada quando há possibilidade de gravidez, pois pode causar danos graves ao feto. Uma vez encerrado o tratamento não existem riscos para gestações no futuro.

Procedimentos complementares que ajudam no controle da acne são: extração de “cravos”, drenagem de abscessos, infiltração com corticoides em lesões nodulares muito inflamadas ou em cicatrizes elevadas, peelings químicos, microdermabrasão, alguns tipos de laser, luzes e esfoliações químicas.

Orientação para não manipular as lesões e proteção solar são ações coadjuvantes importantes durante o tratamento. A limpeza de pele, quando bem indicada pelo dermatologista, e bem executada por esteticista treinado, pode ser um ótimo complemento do tratamento de algumas formas de acne.

Observação: nunca uma limpeza de pele feita por leigos pode ser considerada forma de tratamento.

A prevenção começa com higiene adequada da pele com um sabonete ou produto de limpeza indicado especialmente para pela acneica ou oleosa. A limpeza excessiva é prejudicial à pele como um todo (causando irritação) e pode piorar as lesões.  Também  deve-se evitar cosméticos que aumentem a oleosidade.

Acne tem forte componente genético, e não se relaciona diretamente com alimentação. Apesar de vários tabus, não é necessária nenhuma dieta ou restrição alimentar para seu tratamento ou prevenção.

A pele pode melhorar após a exposição ao sol, porém, essa melhora é apenas temporária e a exposição exagerada acarreta piora do quadro. As pessoas com acne, como todos, devem se expor ao sol de maneira cuidadosa, racional e orientada.

ROSÁCEA E PELE SENSÍVEL

Rosácea é uma inflamação crônica de pele que se manifesta principalmente no centro da face, mas pode se expandir para as bochechas, nariz, fronte, couro cabeludo, queixo e colo.

A rosácea é uma doença que afeta a pele principalmente da região centrofacial. Caracteriza-se por uma pele sensível, geralmente mais seca, que começa a ficar eritematosa (vermelha) facilmente e se irrita com ácidos e produtos dermatológicos, no geral. Aos poucos, a vermelhidão (eritema) tende a ficar permanente e aparecem vasos finos (telangiectasias), pápulas e pústulas que lembram a acne, podendo ocorrer edemas e nódulos. Frequentemente, surgem sintomas oculares, de olho seco e sensível à inflamação nas bordas palpebrais (blefarite). Na fase pré-rosácea, há eritema discreto na face, que se agrava com surtos de duração variável, surgindo espontaneamente ou pela ação de fatores citados. Aos poucos, os episódios podem se tornar frequentes e até permanentes. Um sintoma pode ser mais proeminente que outro, variando muito de pessoa a pessoa. As lesões não necessariamente evoluem.

Sinais e sintomas típicos:

Flushing facial:
Períodos de sensação abrupta de vermelhidão e calor na pele como se fosse um surto de vasodilatação.

Telangiectasias:
Dilatação de pequenos vasos permanentes.
Persistente eritema facial. Possível edema facial

Pápulo-pustulosas:
Podem ocorrer nódulos; as pápulas podem, eventualmente, quando numerosas, formar placas granulomatosas (rosácea lupoide);

Rinofima:
Espessamento irregular e lobulado da pele do nariz, dilatação folicular, levando ao aumento e deformação do nariz. Esses espessamentos podem ocorrer em outras áreas além do nariz, como na região frontal, malares (maçãs do rosto) e pavilhões auriculares.

Alterações oculares:
Ocorrem em 50% dos casos (irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite).

Não há cura para a rosácea, mas há tratamento e controle, com muitos avanços recentes. Tudo depende da fase clínica que o paciente está. Se apresentar mais o eritema periódico ou o persistente, se mais pápulas, nódulos ou rinofima (hipertrofia do nariz). Todos os agravantes ou desencadeantes devem ser afastados ou controlados, como bebidas alcoólicas, exposição solar, vento, frio e ingestão de alimentos quentes.

O tratamento se inicia com sabonetes adequados; protetor solar com elevada proteção contra UVA e UVB e com veículo adequado à pele do paciente; e uso de antimicrobianos tópicos  e antiparasitários. Depois dessa fase, pode ser preciso o uso de  antibióticos orais. Em casos persistentes e recidivantes, se utiliza isotretinoina oral em dose baixa.   Existe um novo tratamento tópico para o eritema não persistente, periódico, que vem em surtos (flushing). Para o rinofima, a abordagem pode ser cirurgia, radiofrequência, dermoabrasão ou laser.

O médico dermatologista avalia o grau, a fase e a pessoa como um todo para indicar o melhor tratamento. Muito importante a consulta e o acompanhamento também de oftalmologista.

A pele do paciente com rosácea é extremamente sensível a produtos químicos e físicos como sabões, higienizadores alcoólicos, adstringentes, abrasivos e peelings. Os agentes antimicrobianos apresentam-se efetivos no tratamento.

É importante enfatizar que o uso de filtros solares cotidianamente no rosto é fundamental para controle da doença e manutenção dos resultados, pois a radiação ultravioleta é um fator desencadeante e agravante. Outros fatores agravantes são bebidas alcoólicas, bebidas quentes ou condimentados, temperatura muito fria ou muito quente, medicamentos vasodilatadores e fatores emocionais.

Importante avaliação do paciente como um todo, descobrir quando e como começou o problema, assim como fatores pessoais e familiares, psicológicos, alcoolismo, exposição à luz no trabalho ou lazer etc.

Com o controle geral desses diversos fatores, pode se conseguir um monitoramento eficaz da rosácea.

Orientações gerais

A doença é benigna, porém crônica com surtos e recidivas.

Ler folhetos explicativos e sites de confiança sobre a doença.

Fazer um diário/cartilha de observação de fatores agravantes.

Proteção solar é fundamental, diária.

Evitar álcool e outros agravantes.

Usar maquiagem corretiva.

Cuidado com exercícios exagerados, sol, drogas vasodilatadoras, ácidos tópicos, uso de sabonetes agressivos com álcool ou acetona, esfoliações ou tratamentos agressivos de qualquer natureza;

Visitar periodicamente um dermatologista.

DERMATITE ATÓPICA

Dermatite atópica (ou eczema atópico) é um processo inflamatório crônico da pele não contagioso caracterizado por lesões avermelhadas, que coçam muito e, às vezes, descamam. Geralmente, elas se localizam na face das crianças pequenas e nas dobras do joelho e cotovelo das crianças maiores e dos adultos. A dermatite atópica pode estar associada a outras atopias, como por exemplo, rinite e asma.

A característica principal da doença é uma pele muito seca com prurido importante que leva a ferimentos, além de outros sintomas, como, por exemplo: áreas esfoladas causadas por coceira, alterações na cor, vermelhidão ou inflamação da pele ao redor das bolhas, áreas espessas ou parecidas com couro, que podem surgir após irritação e coceira prolongadas.

Geralmente, trata-se de um quadro inflamatório da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. O eczema pode provocar comichão intensa, e o ato de coçar a lesão pode deixá-la ainda mais irritada e pruriginosa. A coceira pode levar a lesões da pele pela unha, o que facilita a invasão e contaminação das feridas por bactérias, principalmente o Staphylococcus aureus.

O quadro clínico da dermatite atópica muda conforme a fase da doença. Pode ser divido em três estágios:

– Fase infantil (3 meses a 2 anos de idade)

– Fase pré-puberal (2 a 12 anos de idade)

– Fase adulta (a partir de 12 anos de idade)

O objetivo do tratamento da dermatite atópica visa o controle da coceira, a redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências. Devido à pele ressecada, a base do tratamento é o uso de emolientes, também chamados de hidratantes. Isso porque a hidratação da pele é necessária para aliviar o eczema.

Pacientes devem ser orientados a aplicar esses produtos várias vezes ao dia, ou quando a pele estiver muito seca. Outro fator importante é fortalecer a barreira da pele, evitando o contato com alérgenos ambientais, como poeira, pólen, sabonetes com perfume, produtos de limpeza doméstica e tabaco.

Banhos quentes devem ser totalmente evitados. O ideal é tomar duchas frias ou mornas, pois a água quente resseca ainda mais a pele, que já é seca na dermatite atópica. Também  deve-se usar sabonetes especiais, sintéticos, antirressecamento, respeitando o pH da pele.

O uso de anti-histamínicos por via oral pode ajudar com a coceira que acompanha essa doença. Alguns podem causar sonolência, mas ajudam a sedar o paciente e a diminuir a coceira durante o sono. O médico verificará se há opções de medicações que não proporcionem esse efeito colateral, se for do desejo do paciente.

A maioria das causas do problema é tratada com medicamentos tópicos, que são colocados diretamente sobre a pele ou no couro cabeludo do paciente. Normalmente, é empregado um creme ou uma pomada de cortisona (ou esteroide). Esse medicamento deve ser de uso restrito, devido aos seus efeitos colaterais. Em algumas situações, são necessários cremes com diferentes concentrações de esteroide para diferentes áreas da pele. Como poupadores dos corticoides, podem ser empregados os derivados da calcineurina.

A fototerapia, tratamento com raios ultravioleta, é bastante eficaz no controle do eczema. Porém, trata-se de uma terapia cara, que aumenta o risco de câncer de pele e provoca envelhecimento precoce, motivo pelo qual costuma ficar restrita apenas aos casos especiais e de difícil controle. Nos casos mais graves, os pacientes poderão precisar de medicações orais, incluindo corticoides, imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate orais, entre outros. Já em casos de complicações, como infecções secundárias, é indicado o uso de antibióticos. Esses pacientes especiais necessitam de atendimento com vários especialistas porque, geralmente, também apresentam associações com asma, rinite, sinusite e até pneumonias de repetição. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.

É preciso seguir à risca as orientações e jamais se automedicar. Também não se deve interromper o uso do medicamento sem consultar o médico antes e, tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita. O correto é sempre seguir as instruções da prescrição médica e orientações do médico assistente.

Fortalecer a barreira da pele e usar hidratantes específicos para pele muito seca.

DERMATITE DE CONTATO

Dermatite de contato, ou eczema, é um tipo de reação na pele que ocorre devido ao contato de alguma substância ou objeto de material irritante (tipo couro ou borracha) que causa alergia na pele, gerando sintomas como coceira, vermelhidão intensa, edema e até bolhas. O tratamento da dermatite de contato é feito de acordo com a gravidade dos sintomas, devendo ser indicado pelo médico. Para o tratamento adequado e para evitar novos episódios é muito importante descobrir e evitar o contato com o agente desencadeante do processo.

Os sintomas são variáveis e dependem da causa: ardor ou queimação até intensa coceira (prurido).

As reações alérgicas podem ocorrer repentinamente ou meses após a exposição a uma substância, o que pode dificultar na descoberta do agente causador da alergia ou irritação.

A dermatite alérgica, muitas vezes, provoca uma erupção vermelha no(s) local(is) no qual a substância entrou em contato. A reação alérgica surge de 24 a 48 horas após a exposição. A lesão pode ser vermelha, inchar e apresentar pequenas bolhas; ser quente; ou formar crostas espessas.

Na dermatite irritante, os sintomas são mais discretos, com pouca coceira e sensação de dor e queimação. Ela torna a pele seca, vermelha e áspera, sendo que fissuras podem se formar no local.

As mãos são um local comum da dermatite de contato. Vários agentes podem ser os causadores, como produtos de limpeza, cosméticos (cremes e loções hidratantes). As mãos, aliás, são frequentemente afetadas em atividades profissionais, como cabeleireiros, auxiliares de limpeza e pedreiros.

O tratamento, feito por um médico, depende muito da extensão e da gravidade do quadro, e as medidas poderão ser apenas locais ou incluir a utilização de medicações via oral ou injetável. Um dos primeiros passos inclui a higienização com água para remover qualquer vestígio do irritante ou alérgeno que possa ter permanecido na pele. Quando as lesões estão muito úmidas, geralmente na fase aguda, pode-se utilizar compressas úmidas, secativas ou antissépticas.  Cremes ou pomadas de corticosteroides são utilizados para reduzir a inflamação da pele. É fundamental seguir atentamente as instruções ao usar esses produtos. Isso porque, em excesso, mesmo os itens mais fracos podem deixar a pele dependente.

Adicionalmente, ou para substituir os corticosteroides, o médico pode prescrever os chamados imunomoduladores tópicos, como tacrolimus. Em casos nos quais a pessoa sinta muita coceira, e/ou nos mais graves, pode ser necessário o uso de antialérgicos orais ou corticosteroides orais ou injetáveis.

Emolientes e hidratantes ajudam a manter a pele úmida e também auxiliam em sua recuperação e proteção.  Eles são utilizados nas fases de resolução, quando a pele começa a descamar e secar, além de ser parte fundamental para a prevenção e o tratamento da dermatite de contato, principalmente aquelas que envolvem contato frequente com água.

Em caso de alergia, a pessoa jamais deve se automedicar ou buscar “soluções mágicas”, pois elas podem agravar ainda mais o problema. O correto é procurar sempre um médico.

Deve-se identificar o agente irritante ou alergênico que desencadeou a dermatite e evitá-lo. Usar produtos hipoalergênicos e lavar as mãos após a exposição a substâncias que podem provocar a irritação também ajuda na prevenção.

Nos casos de problemas que surgiram no ambiente de trabalho, é indicado o uso de vestimentas adequadas como luvas, calçados e uniformes, por exemplo.

FOTOSSENSIBILIDADE

É uma reação incomum de sensibilidade extrema da pele quando exposta à luz do sol ou a fontes luminosas artificiais, induzidas por substâncias químicas. As reações podem se instalar em menos de 30 minutos ou até após dias, e podem deixar marcas e lesões nas áreas expostas à luz e nas áreas cobertas, nos casos mais severos, dificultando o diagnóstico, quando isto ocorre. Pode ser dividida em dois tipos: fototóxica e fotoalérgica.

Quando os raios ultravioletas atingem a pele fotossensível, o mais comum é a ocorrência de algum tipo de dermatite (erupções cutâneas provocadas pela substância agressora). Prurido (coceira), machucados, vermelhidão e pequenas bolhas também podem surgir.

O tratamento é feito por meio de medicamentos via oral ou de aplicação na pele, e sempre sob orientação médica. O mesmo vale para casos de doenças mais graves relacionadas à fotossensibilidade, como lúpus eritematoso sistêmico, por exemplo. O tratamento é mais específico e feito com medicamentos por via oral e tópico, devendo ser indicados pelo médico.

O mais indicado é a fotoproteção.

Usar roupas adequadas para se proteger do Sol e sempre aplicar filtro solar antes de sair ao ar livre.

Evitar contato com substâncias fotossensibilizantes, como algumas plantas, frutas cítricas, perfumes e outros cosméticos, e antibióticos e anti-inflamatórios associados à exposição solar.

DERMATITE SEBORREICA

Dermatite seborreica, também conhecida pelos nomes de seborreia, caspa ou eczema, é uma afecção crônica que se manifesta em partes do corpo onde existe maior produção de óleo pelas glândulas sebáceas ou a presença de um fungo, o Pityrosporum ovale.
Ela se manifesta sob a forma de lesões avermelhadas que descamam e coçam, principalmente no couro cabeludo, sobrancelhas, barba, perto do nariz, atrás e dentro das orelhas, no peito, nas costas e nas dobras de pele (axilas, virilhas e embaixo dos seios). Não são indicativo de falta de asseio e não é contagiosa.

De forma geral, os sintomas da dermatite seborreica são:

Oleosidade na pele e no couro cabeludo.

Escamas brancas que descamam – caspa.

Escamas amareladas que são oleosas e ardem ao couro cabeludo ou pele.

Coceira, que pode piorar caso a área seja infectada pelo ato de “cutucar” a pele.

Leve vermelhidão na área;

Possível perda de cabelo.

Esta dermatite pode ocorrer em diversas áreas do corpo. Normalmente, se forma onde a pele é oleosa ou gordurosa, como couro cabeludo, sobrancelhas, pálpebras, vincos do nariz, lábios, atrás das orelhas e tórax.

O diagnóstico é feito clinicamente por um dermatologista que irá se basear na localização das lesões e no relato do paciente. Em alguns casos é necessária a realização de alguns exames clínicos, como o micológico, a biópsia e o teste de contato.

O tratamento precoce das crises é importante e pode envolver as seguintes medidas:

Lavagens mais frequentes.

Interrupção do uso de sprays, pomadas e géis para o cabelo.

O não uso de chapéus ou bonés.

O uso de xampus que contenham ácido salicílico, alcatrão, selênio, enxofre, zinco e antifúngicos.

O uso de cremes/pomadas também com antifúngicos e, eventualmente, com corticosteroide (tópico), dentre outros especificados pelo dermatologista.

Não existe uma forma de prevenir o desenvolvimento ou o reaparecimento da dermatite seborreica. Entretanto, cuidados especiais com a higiene e o uso de xampu adequado ao tipo de cabelo tornam o tratamento mais fácil. É necessário seguir o  tratamento correto, o que irá depender da localização das lesões e da intensidade dos sintomas, bem como alterar alguns hábitos e eliminar os fatores reguladores, como má alimentação, tabagismo e consumo de bebida alcoólica.

Além disso, alguns cuidados podem ajudar na melhora dos sintomas, como não tomar banhos muito quentes; enxugar-se bem antes de se vestir; usar roupas que não retenham o suor (tecidos sintéticos costumam ser contraindicados para quem tem tendência à dermatite seborreica); controlar o estresse físico e mental e a ansiedade; retirar completamente o xampu e o condicionador dos cabelos quando lavar a cabeça.

PSORÍASE

Doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Caracteriza-se por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em placas, que surgem em geral na face extensora dos membros, cotovelos, joelho, couro cabeludo, unhas, mãos e pés.

Variam de paciente para paciente, conforme o tipo da doença, mas podem incluir:

Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas.

Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões.

Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento.

Coceira, queimação e dor.

Unhas grossas,  sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes.

Inchaço e rigidez nas articulações.

Em casos de psoríase moderada pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas; mas, nos casos mais graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na  qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes.

Além disso, alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa apresentar a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles:

Histórico familiar – entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase têm histórico familiar da doença.

Estresse – pessoas com altos níveis de estresse possuem sistema imunológico debilitado.

Obesidade – excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver um tipo de psoríase, a invertida, mais comum em indivíduos negros e HIV positivos.

Tempo frio – pois a pele fica mais ressecada; a psoríase tende a melhorar com a exposição solar.

Consumo de bebidas alcoólicas.

Tabagismo: o cigarro não só aumenta as chances de desenvolver a doença, como também a gravidade da mesma quando se manifesta.

Há vários tipos de psoríase, e o dermatologista poderá identificar a doença, classificá-la e indicar a melhor opção terapêutica.  Dependendo do tipo de psoríase e do estado do paciente, os ciclos de psoríase duram de algumas semanas à meses.

Psoríase em placas ou vulgar:
Manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e, algumas vezes, doem, podendo atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar.

Psoríase ungueal:
Afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal.

Psoríase do couro cabeludo:
Surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa.

Psoríase gutata:
Geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas placas vermelhas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. As placas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos.

Psoríase invertida:
Atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região.

Psoríase pustulosa:
Nesta forma  de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas (pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmoplantar). Geralmente, se desenvolve rápido, com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

Psoríase eritodérmica:
É o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como uso ou retirada abrupta de corticosteróides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal-controlada.

Psoríase artropática:
Além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.

Cada tipo e gravidade de psoríase podem responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra, dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado.

Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase.

O tratamento é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol, nos horários e tempo adequados e seguros, são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.

Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta A (PUVA)  ou ultravioleta B (banda estreita) em cabines faz-se necessário. Essa modalidade terapêutica utiliza combinação de medicamentos que aumentam a sensibilidade da pele à luz, os psoralenos (P), com a luz ultravioleta A (UVA), geralmente em uma câmara emissora da luz. A sessão da Puvaterapia demora poucos minutos e a dose de UVA é aumentada gradualmente, dependendo do tipo de pele e da resposta individual de cada paciente à terapia. O tratamento também pode ser feito com UVB de banda estreita, com menores efeitos adversos, podendo, inclusive, ser indicado para gestantes. Já em casos graves, é necessário iniciar tratamentos com medicação via oral ou injetável.

 Tipos de tratamento mais comuns:

Tratamento tópico:
Medicamentos em cremes e pomadas, aplicados diretamente na pele. Podem ser usados em conjunto com outras terapias ou isoladamente, em casos de psoríase leve.

Tratamentos sistêmicos:
Medicamentos em comprimidos ou injeções, geralmente indicados para pacientes com psoríase de moderada a grave e/ou com artrite psoriásica.

Tratamentos biológicos:
Medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave. Existem diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe, etanercepte e infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe) ou anti-interleucina 17 (secuquinumabe).

Fototerapia:
Consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais especializados.

A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de atividade física. O paciente nunca deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação.

Um estilo de vida saudável pode ajudar na diminuição da progressão ou melhora da psoríase, mas pessoas que possuem histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada a possíveis sintomas. É importante estar atento aos sinais. Caso perceber qualquer um dos sintomas, procurar o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.

VERRUGA

Verrugas são proliferações benignas da pele causadas pelo papilomavírus humano (HPV). A infecção ocorre nas camadas mais superficiais da pele ou mucosa, ativando gerando proliferação anormal das células da epiderme.
O vírus ativa o crescimento anormal de células da epiderme, que são lançadas para a superfície do corpo formando as lesões de aspecto vegetante.
O contágio pode ocorrer por contato direto com pessoas e objetos infectados, por auto inoculação através de pequenos ferimentos que servem de porta de entrada para o vírus, nas relações sexuais e por via materno-fetal no momento do parto. Pacientes imunodeprimidos são os mais vulneráveis ao aparecimento de verrugas causadas pelo HPV.

O aspecto da verruga varia de acordo com o local acometido. Costumam se apresentar sem sintomas. Porém, é comum que ocasionalmente, haja sangramento ou dor. Frequentemente são vegetantes (aspecto de couve-flor), ásperas, da cor da pele, mas também podem ser planas, macias e escuras.

Verrugas vulgares:
São os tipos mais comuns. Em geral, as lesões são pápulas irregulares, endurecidas e ásperas. Podem se apresentar como lesões isoladas ou agrupadas, em número variável. Encontram-se com frequência em áreas sujeitas a maior trauma, como mãos, dedos, cotovelos, joelhos e ao redor das unhas (verrugas periungueais).

Verrugas filiformes:
Apresentam-se como projeções finas e alongadas, em geral isoladas ou pouco numerosas. Comumente surgem na face, pescoço, pálpebras e lábios, e é alta a incidência em pessoas mais velhas.

Verrugas planas:
Apresentam-se como pequenas pápulas (“bolinhas”) acastanhadas ou amareladas, de no máximo 5 mm, cuja principal característica é apresentar uma superfície plana e lisa. Surgem com maior frequência na face e dorso das mãos de adolescentes.

Verrugas plantares:
As verrugas localizadas nas plantas dos pés são muitas vezes confundidas com os calos. O peso que o corpo exerce sobre elas faz com que cresçam para dentro, o que provoca dor ao andar. A presença de um anel periférico espessado com pequenos pontos escuros no centro da lesão lembra a imagem de um “olho de peixe”, nome pelo qual são popularmente conhecidas.

Verrugas anogenitais:
Apresentam-se como lesões vegetantes, úmidas, isoladas ou agrupadas, que lembram o aspecto de couve-flor (condiloma acuminado). Podem acometer a mucosa genital feminina e masculina, uretra, vagina, colo do útero, região perianal ou mucosa oral. Existem diferentes subtipos virais envolvidos na infecção genital, estando bem estabelecida a relação entre a infecção genital por alguns subtipos de HPV considerados de alto risco e o câncer genital, principalmente o do colo do útero.

As verrugas podem desaparecer espontaneamente, dentro de meses, ou persistir por anos. Crianças, geralmente, se curam sem necessidade de medicação, entretanto, por causa do risco de disseminação do vírus para outras pessoas e o surgimento de novas lesões no próprio indivíduo pela auto contaminação, seu tratamento é recomendado.

Nos adultos, as verrugas não costumam desaparecer sem tratamento. Existem diferentes modalidades terapêuticas que levam à destruição ou à remoção das lesões. São usados tanto medicamentos tópicos, quanto ácidos, por exemplo, até procedimentos cirúrgicos. Cada tipo de verruga exige um tratamento diferenciado.

As verrugas anogenitais são mais difíceis de serem tratadas, podendo ser necessária não só uma combinação de terapias como, em muitos casos, cirurgias para a retirada das lesões. Por causa do risco de provocar câncer, esse tipo deve ser tratado com muita atenção.

As vacinas contra o HPV estão indicadas para prevenção da infecção genital, reduzindo o risco de evolução para o câncer genital. É indicada para meninas, a partir dos 9 anos, e meninos, de 12 e 13 anos, por enquanto. Por ser uma vacina preventiva, deve ser aplicada preferencialmente antes do início da vida sexual e está disponível nos postos de saúde.

HIPERHIDROSE

A hiperhidrose caracteriza -se por uma produção excessiva de suor e pode manifestar- se em uma ou mais áreas, como axilas, palma das mãos, rosto, cabeça, sola dos pés e virilha.
Em geral, o suor não tem mau cheiro, mas frequentemente, a hiperhidrose cursa com bromidrose (odor desagradável), em virtude da proliferação de bactérias que utilizam os componentes do suor e restos celulares como substrato alimentar. As Pessoas acometidas podem sofrer constrangimento devido a sudorese excessiva e gerando dificuldades na vida profissional e pessoal.

O principal sintoma da hiperidrose é o suor excessivo, seja em todo o corpo ou em áreas localizadas, como axilas, mãos, pés ou rosto. Há dois tipos de hiperidrose, primária focal e secundária generalizada:

Hiperidrose primária focal: aparece na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem ou em repouso. Normalmente, há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema. Ela afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.

Hiperidrose secundária generalizada: causada por uma condição médica ou pelo efeito colateral de uma medicação. Ao contrário da focal primária, as pessoas com a secundária suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns. Outra diferença fundamental entre os dois tipos é que no caso da secundária, as pessoas podem transpirar excessivamente também durante o sono. Ela costuma surgir na fase adulta.

É preciso determinar a causa da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação.

No caso de hiperidrose primária, existem alguns tratamentos disponíveis:

Antitranspirantes:
Sudorese excessiva pode ser controlada com fortes antitranspirantes.

Medicamentos:
Drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, são pouco receitadas. Os efeitos colaterais incluem boca seca, tonturas e problemas com a micção. Os betabloqueadores e benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse.

Iontoforese:
Procedimento que usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula do suor e é mais eficaz para a transpiração das mãos e dos pés. As mãos e os pés são colocados em água e, em seguida, liga-se uma leve corrente elétrica. Esta é gradualmente aumentada até que o paciente sinta uma sensação de formigamento. A terapia dura entre 10 e 20 minutos, e requer várias sessões. Os efeitos colaterais, embora raros, incluem bolhas e rachaduras da pele.

Toxina botulínica tipo A:
Toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese, sendo seu principal inconveniente a dor na aplicação.

Simpatectomia torácica endoscópica (STE):
Em casos graves, que não respondem aos tratamentos clínicos, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico executado por cirurgião tóraxico ou vascular.  Este procedimento desliga o sinal que avisa  ao corpo para suar excessivamente. Sua melhor indicação é para os casos nos quais as palmas das mãos ou plantas dos pés são acometidas.  A principal complicação é começar a suar em outras áreas do corpo, o que chamamos de hiperidrose compensatória.

Curetagem e lipossucção:
Em alguns casos de hiperidrose axilar pode ser feita uma “raspagem”, ou mesmo uma lipossucção das glândulas sudoríparas e da gordura que está abaixo da pele da axila, aliviando, desta forma, a sudorese.

QUEDA DE CABELO

A queda de cabelo, mais conhecida como alopecia, tem diversas causas. Algumas delas podem ser alterações sistêmicas como anemia, alterações hormonais, estresse emocional ou físico, e até doenças sexualmente transmissíveis (sífiis).
Existem vários tipos de alopécia porque suas causas são diferentes.

Androgenética:
Também chamada de calvície, é causada por fatores genéticos, associados à taxa de testosterona na corrente sanguínea, e por isso é mais frequente nos homens; porém também pode afetar as mulheres.

Alopecia areata:
Causada por fatores auto-imunes ou estresse emocional, caracterizada por intensa queda de cabelo em determinadas áreas.

Traumática:
Causada pelo fato do indivíduo ter o hábito de arrancar os fios de cabelos constantemente ou por traumatismos na cabeça;

Seborreica:
Causada por uma dermatite, que pode ser tratada com o uso de medicamentos;

Eflúvio:
O eflúvio é um período normal em que o cabelo cai naturalmente, mas quando este mecanismo encontra-se desregulado, pode haver um período maior de queda de cabelo, que geralmente responde bem aos tratamentos clínicos.

Além disso, a alopecia pode acontecer como consequência do uso de medicamentos, como por exemplo, os medicamentos utilizados no tratamento para o câncer.

O principal sinal indicativo de alopecia é a perda de mais de 100 fios de cabelos por dia, podendo ser percebido ao encontrar muitos fios de cabelo no travesseiro ao acordar, quando se lava ou penteia os cabelos ou quando se passa a mão pelos cabelos.

Além disso, a queda dos fios pode ser percebida quando é possível visualizar facilmente o couro cabeludo em algumas áreas da cabeça.

A queda de cabelo pode acontecer devido a diversas situações, sendo as principais:

Micose no couro cabeludo.

Uso de medicamentos.

Stress.

Reação hormonal pós-parto.

Uso de produtos químicos inadequados.

Lúpus eritematoso sistêmico.

Doenças como hipotireoidismo, hipertireoidismo, sífilis secundária ou líquen plano.

Deficiência de proteínas, ferro, biotina e zinco.

O tratamento para a alopécia é feito de acordo com a causa, no entanto, a queda de cabelo pode tratada com o uso de medicamentos aplicados diretamente no couro cabeludo e que devem ser recomendados pelo dermatologista.

Para o tratamento da alopécia, é recomendado uma consulta com o médico dermatologista para que as causas da alopécia sejam identificadas e o tratamento seja bem direcionado.

Algumas opções terapêuticas são o uso de medicamentos orais ou tópicos, uso de produtos cosméticos contra queda de cabelos, ou tratamentos específicos como intradermoterapia.

ALOPECIA ANDROGENÉTICA

Alopecia androgenética, ou calvície, é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada. É relativamente frequente na população. Homens e mulheres podem ser acometidos pelo problema, que apesar de se iniciar na adolescência, só é aparente após algum tempo, por volta dos 40 ou 50 anos.
Apesar do termo “andro” se referir ao hormônio masculino, na maioria das vezes os níveis hormonais se mostram normais nos exames de sangue. A doença se desenvolve desde a adolescência, quando o estímulo hormonal aparece e faz com que, em cada ciclo do cabelo, os fios venham progressivamente mais finos

A queixa mais frequente na alopecia androgenética é a de afinamento dos fios. Os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto.

Nas mulheres, a região central é mais acometida, pode haver associação com irregularidade menstrual, acne, obesidade e aumento de pelos no corpo. Porém, em geral, são sintomas discretos.

Nos homens, as áreas mais abertas são o vértix (coroa) e a região frontal (entradas).

Baseia-se em estimulantes do crescimento dos fios e em bloqueadores hormonais. O objetivo do tratamento é estacionar o processo e recuperar parte da perda. Os bloqueadores hormonais são medicamentos via oral que só devem ser utilizados sob prescrição e orientação médica. Nos casos mais extensos, o transplante capilar pode melhorar o aspecto estético.

Alopecia androgenética é uma doença genética, mas alguns fatores podem piorar o problema, como, por exemplo, a menopausa e o uso de suplementação de hormônios masculinos. Exames genéticos podem identificar os pacientes com maior risco de desenvolver a doença. Entretanto, não há como evitar totalmente o desenvolvimento da alopecia sem o tratamento adequado.

ALOPECIA AREATA

Alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo. Diversos fatores estão envolvidos no seu desenvolvimento, como a genética e a participação autoimune. Os fios começam a cair resultando mais frequentemente em falhas circulares sem pelos ou cabelos. A extensão dessa perda varia, sendo que, em alguns casos, poucas regiões são afetadas. Em outros, a perda de cabelo pode ser maior.
Há casos raros de alopecia areata total, nos quais o paciente perde todo o cabelo da cabeça; ou alopecia areata universal, na qual caem os pelos de todo o corpo. A alopecia areata não é contagiosa. Estresse físico ou emocional intensos, alterações na tireóide e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar o quadro.
A evolução da alopecia areata não é previsível. O cabelo sempre pode crescer novamente, mesmo que haja perda total. Isto ocorre porque a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos pela inflamação. Entretanto, novos surtos podem ocorrer. Cada caso é único.

A alopecia areata não possui nenhum outro sintoma além da perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas, sem demais alterações.

A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa saem facilmente se forem puxados. Os cabelos, quando renascem, podem ser brancos, adquirindo posteriormente sua coloração normal. A forma mais comum é uma placa única, arredondada, que ocorre geralmente no couro cabeludo e barba, conhecida popularmente como pelada.

Outras doenças autoimunes podem acontecer em alguns pacientes, como vitiligo, problemas da tireoide e lúpus eritematoso, por exemplo. Portanto, muitas vezes se faz necessária a reavaliação de exames de sangue. O principal dano aos pacientes é mesmo o psicológico. A interferência na rotina diária nos casos mais extensos pode prejudicar a qualidade de vida.

Diversos tratamentos estão disponíveis para a alopecia areata. As opções devem ser avaliadas pelo dermatologista em conjunto com o paciente.

Os tratamentos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Eles estimulam o folículo a produzir cabelo novamente, e precisam continuar até que a doença desapareça.

Atenção: Evitar a “automedicação”. Somente um médico dermatologista pode prescrever a opção mais adequada.

Não há formas de prevenir a doença uma vez que suas causas são desconhecidas, mas há algumas dicas para que a pessoa se sinta melhor:

Procurar se informar sobre a doença. Conhecer mais sobre o problema ajuda a compreender a evolução da doença e reduzir a ansiedade.

Usar maquiagem para minimizar a aparência da perda do cabelo.

Investir em perucas, chapéus e lenços para proteger a cabeça. Além de serem estilosos, deixam o visual mais moderno.

Reduzir o estresse: as crises agudas de queda podem se associar a períodos críticos de estresse, tais como problemas no trabalho ou na família, mortes, cirurgias, acidentes etc.

Embora a doença não seja clinicamente grave, pode afetar o estado emocional. Os grupos de apoio estão disponíveis para ajudar a lidar com possíveis efeitos psicológicos.

VITILIGO

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As lesões podem ser isoladas ou espalhar-se pelo corpo, atingem principalmente os genitais, cotovelos, joelhos, face, extremidades dos membros inferiores e superiores (mãos e pés). Locais que sofreram traumas, podem desenvolver novas lesões. Apesar das alterações estéticas, o vitiligo não causa nenhum prejuízo à saúde e não é contagioso.

A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Em alguns casos, relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada.  Entretanto, uma grande preocupação dos dermatologistas são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença.

Quando o vitiligo é detectado, o dermatologista pode classificá-lo por dois tipos:

Segmentar ou Unilateral: manifesta-se apenas em uma parte do corpo,  normalmente quando  o paciente ainda é jovem. Pelos e cabelos também podem perder a coloração.

Não segmentar ou Bilateral: é o tipo mais comum; manifesta-se nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos. Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz e boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve. Depois, há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida; a duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o tempo.

O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas hipopigmentadas têm, geralmente, localização e distribuição características. A biópsia cutânea revela a ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas, exceto nos bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood pode ajudar na detecção da doença em pacientes de pele branca.

Análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que poderá revelar a presença de outras doenças autoimunes como hepatite autoimune e doença de Addison ou doenças da tireoide. O histórico familiar também é considerado, pois cerca de 30% dos pacientes têm algum parente com a doença.

É bom salientar que o diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. Ele irá determinar o tipo de vitiligo do paciente, verificar se há alguma doença autoimune associada e indicar a terapêutica mais adequada.

Atualmente, existem resultados excelentes nos tratamento da doença, o fato de não se poder falar em cura, não quer dizer que não haja várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica.

O tratamento visa cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e também a repigmentação da pele. Existem medicamentos que induzem à repigmentação das regiões afetadas como tacrolimus, derivados de vitamina D e corticosteroides.

A fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) é indicada para quase todas as formas de vitiligo, com resultados excelentes, principalmente para lesões da face e tronco. Pode ser usada também a fototerapia com ultravioleta A (PUVA). Também se pode empregar tecnologias como o laser, bem como técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. Algumas novas medicações estão em fase de pesquisas e/ou estudos e devem surgir lançamentos em médio prazo. Muito cuidado com medicamentos ditos milagrosos, fórmulas ditas naturais e receitas dadas por leigos, pois podem levar à frustração e também a reações adversas graves.

O tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Os resultados podem variar consideravelmente entre uma pessoa e outra.  Por isso, somente um profissional qualificado pode indicar a melhor opção. É importante lembrar que a doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada e repigmentação completa, sem nenhuma diferenciação de cor.

Pacientes devem evitar fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes, como usar roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição solar.

Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.

As lesões provocadas pela doença, não raro, impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima. Por isso, na maioria casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento.

MELASMA

É uma condição que se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras na pele, mais comumente na face, mas também pode ser de ocorrência extra facial, com acometimento dos braços, pescoço e colo.
Afeta mais frequentemente as mulheres, podendo ser vista também em homens. Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez, variações hormonais e principalmente à exposição solar.
O principal fator desencadeante é a exposição à luz ultravioleta, mas até mesmo, a luz visível ou luz azul dos celulares e computadores podem gerar manchas. Além dos fatores descritos a predisposição genética também influencia no surgimento desta condição.

Manchas escuras ou acastanhadas começam a aparecer na face, principalmente nas maçãs do rosto, testa, nariz e lábio superior (o chamado buço). Pode ocorrer também o melasma extra facial, com aparecimento das manchas escuras nos braços, pescoço e colo.

As manchas têm formatos irregulares e bem definidos, sendo geralmente simétricas (iguais nos dois lados).

Muitas vezes, as pessoas com melasma podem agravar a condição com um tratamento ou procedimento inadequado, ocorrendo piora importante das manchas.

O dermatologista é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar esta condição. Os tratamentos variam, mas sempre compreendem orientações de proteção contra raios ultravioleta e à luz visível, que deve ser redobrada quando se inicia o tratamento.

As terapias disponíveis são o uso de medicamentos tópicos e procedimentos para o clareamento.

Dentre os procedimentos mais realizados estão os peelings, microagulhamento, drug delivey e aplicações de luzes ou lasers.

É importante salientar, entretanto, que o tratamento do melasma sempre prevê um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte. A seguir alguns dos procedimentos indicados:

Fotoproteção

O ponto de partida para que o tratamento tenha efeito é a proteção contra os raios solares. As pessoas acometidas por melasma devem aplicar um filtro solar potente, físico e químico, com FPS alto nas regiões afetadas. Em especial, procurar por filtros que tenham proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). O conceito atual do tratamento de melasma considera que o uso de filtros ajuda a estabilizar os benefícios obtidos com o conjunto de medidas descritas aqui.

Cremes

Para ajudar na remoção das manchas, os mais usados são à base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinóico e ácido azeláico.

Os resultados demoram cerca de dois meses para começarem a aparecer. Não é um método que funciona com todos os pacientes.

Mesmo com resultados rápidos, o tempo necessário para estabilizar a condição e impedir que mínimas exposições façam retornar o pigmento pode ser de muitos meses ou anos.

Assim, o conceito principal é que pacientes com esta condição necessitam tratamento e fotoproteção constante.

Outros ativos muito utilizados para o tratamento do melasma são: arbutin, ácido kójico, ácido fítico, ácido tranexâmico, ácido dióico e recentemente a cisteamina.

Peelings

Pode clarear a pele de forma gradual e até mais rapidamente do que os cremes.

Existem diversos tipos de peelings, alguns mais superficiais (e mais seguros) e outros que atingem camadas mais profundas da pele.

O dermatologista pode auxiliar na escolha do método mais adequado para cada caso.

A maior prevenção para o melasma é a proteção solar.

As medidas de proteção devem ser realizadas diariamente, mesmo que o dia esteja nublado ou chuvoso.

Como o melasma pigmenta também com a luz visível, os filtros solares comuns não protegem totalmente as pessoas com melasma. Por isso, devem-se associar à fotoproteção filtros físicos, que protegem da luz visível.

Outra medida importante é a reaplicação do filtro solar, para manter a proteção adequada durante todo o dia.

Pessoas com melasma devem também utilizar roupas, chapéus, bonés, óculos escuros, sombrinhas e guarda-sóis. Toda  medida que evite a exposição solar da região acometida deve ser estimulada e praticada.

QUELOIDE

A Quelóide é um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia de pele. Tem a aparência de uma cicatriz volumosa de cor vermelha ou escura e pode surgir em qualquer parte do corpo que passou por algum trauma, como, por exemplo, cirurgias, queimaduras, perfurações de vacinas, cortes profundos e até mesmo tatuagens.

É como se uma cicatrização não soubesse quando parar de produzir novo tecido. Ao contrário de outras cicatrizes elevadas, chamadas cicatrizes hipertróficas, os queloides crescem sem respeitar os limites da ferida original. Eles não devem ser confundidos com cicatrizes hipertróficas, pois essas são muito mais comuns e, apesar de cicatrizes elevadas e endurecidas, elas mantêm os limites da cicatriz e tendem a melhorar mais rápido com o tratamento adequado.

Alguns casos apresentam queixas de dor, coceira leve ou uma sensação de queimação ao redor da cicatriz. A depender do local afetado também pode ocorrer limitação do movimento ou dor na movimentação.

Um queloide que cobre uma área extensa ou se localiza em áreas expostas pode causar grande desconforto físico e psicológico, sendo este último um dos grandes desafios ao tratamento, já que a lesão nem sempre responde rapidamente à terapia.

Nenhuma terapêutica isolada foi determinada experimentalmente como sendo a mais eficaz no tratamento dos queloides.

Na grande maioria dos casos, os tratamentos são associados para evitar as recidivas. O tratamento pode ajudar a reduzir os sintomas, como dor e coceira. Se a cicatriz torna difícil algum movimento, o tratamento pode ajudar o paciente a recuperar a movimentação normal, mesmo sem conseguir o resultado cosmético ideal.

Entre os tratamentos usados, temos a infiltração de medicamentos como triancinolona, bleomicina, 5 fluoracil e novas drogas, ainda não usuais no país, como INF-alpha, INF-beta e INF-gama. A grande maioria dessas drogas age reduzindo a síntese de fibroblastos, resultando em uma formação anormal do colágeno, além do aumento da ação da enzima que os degrada, a colagenase.

Às vezes, a remoção cirúrgica é a única possibilidade, mas deve-se levar em conta que os fatores que originaram o primeiro queloide ainda estão ativos e, portanto, a recidiva é um fato a ser considerado. Os melhores resultados em cirurgia ocorrem quando se remove parte do queloide, uma técnica chamada de “debuking”, e as incisões são realizadas não atingindo a pele normal ao redor. Assim, se tenta evitar estímulos de um novo queloide. Em seguida, ainda na sala de cirurgia, se utilizam os medicamentos injetáveis como medidas de controle de recidiva, seguidos de curativos oclusivos e compressivos.

A compressão ajuda a diminuir a vascularização e inibir o seu crescimento. Por isso, são indicados em pacientes com lesões extensas, as chamadas roupas de compressão. Folhas de gel de silicone e curativos oclusivos de silicone foram utilizadas com sucesso variado no tratamento de queloides, e hoje são vendidas em fitas de uso diário e até associadas às placas de compressão. Estas podem ser usadas juntamente com a pressão para evitar que um queloide recidive. Às vezes, o silicone é usado sozinho para achatar um queloide. Já os curativos de compressão mecânica também têm sido usados como uma forma eficaz de tratamento de cicatrizes queloides, especialmente naqueles de lóbulo da orelha.

Tratamento com laser pode reduzir a altura e fazer com que a cor de um queloide desapareça, mas deve ser utilizado conjuntamente com outra terapia, como uma série de injeções de corticosteróide ou compressão.

A crioterapia usa nitrogênio líquido para congelar o queloide de dentro para fora. É usada para reduzir a dureza e o tamanho de um queloide. A crioterapia funciona melhor em queloides pequenos e deve ser realizado em sessões.

Tratamentos isolados de radiação têm pouco resultado, mas se usados logo após a remoção cirúrgica do queloide ajudam a evitar que volte. Os pacientes podem iniciar tratamentos de radiação imediatamente após a cirurgia, no dia seguinte ou uma semana depois. A radiação também pode ser usada isoladamente para reduzir o tamanho de um queloide, no entanto, tende a ser melhor quando realizada após a cirurgia.

Como os queloides não têm tratamento seguramente eficaz, é importante considerar o histórico pessoal e familiar do paciente na prevenção e formação do queloide.

Antes de um procedimento cirúrgico, também é fundamental que o médico tenha conhecimento do histórico de cicatrização anormal ou história familiar de formação de cicatrizes queloides do paciente.

Em situações nas quais a cirurgia não pode ser evitada, todas as tentativas para minimizar a tensão da pele e a infecção secundária são importantes. Quando possível, a terapia de radiação pré-operatória para a ferida é uma forma útil de prevenção. Além disso, o uso precoce de curativos à base se silicone ajudam na prevenção. Em um estudo, 34% das cicatrizes levantadas tiveram algum achatamento após os pacientes usarem o gel de silicone diariamente durante seis meses.

É importante lembrar que pequenos traumas podem ocasionar queloides, portanto, em pacientes propensos, quanto mais rápido essas lesões forem tratadas, menor o risco de se formarem novas lesões.

Se uma pessoa notar irritação ao redor do furo da orelha, por exemplo, deve remover o brinco e procurar um dermatologista que fará recomendações de pomadas cicatrizantes. Isso vale também para piercings, feridas de pele ou machucados.

ENVELHECIMENTO

O processo de envelhecimento é natural e fisiológico, dependendo da genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir em 50% até a meia-idade. Como a pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo, sua saúde e sua aparência estão diretamente relacionadas aos hábitos alimentares e ao estilo de vida.
A radiação ultravioleta, o excesso de consumo de álcool, o abuso de tabaco e a poluição ambiental, entre outros, são fatores que “aceleram” o trabalho do relógio biológico provocando o envelhecimento precoce. Além disso, o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue também colaboram para a pele envelhecer antes do tempo.

Envelhecimento cutâneo intrínseco ou cronológico:
É aquele decorrente da passagem do tempo, determinado principalmente por fatores genéticos, estado hormonal e reações metabólicas, como estresse oxidativo. Nele estão presentes os efeitos naturais da gravidade ao longo dos anos, como as linhas de expressão, a diminuição da espessura da pele e o ressecamento cutâneo. A pele tem efeitos degenerativos semelhantes aos observados em outros órgãos, mas reflete também certos aspectos da nossa saúde interior, como:

Genética:
Com o tempo, as células vão perdendo sua capacidade de se replicar. Este fenômeno é causado por danos no DNA decorrentes da radiação UV, de toxinas ou da deterioração relacionada à idade. Conforme as células vão perdendo a velocidade ao se replicar, começam a aparecer os sinais de envelhecimento.

Hormônios:
Ao longo dos anos há diminuição no nível dos hormônios sexuais, como estrogênio e testosterona, e dos hormônios do crescimento. Equilíbrio é fundamental quando se fala de hormônios. Diminuindo os níveis hormonais com o envelhecimento, acelera-se a deterioração da pele. Em mulheres, a variação nos níveis de estrogênio durante a menopausa é responsável por mudanças cutâneas significativas; o seu declínio prejudica a renovação celular da pele, resultando em afinamento das camadas epidérmicas e dérmicas.

Estresse oxidativo:
Desempenha papel central na iniciação e na condução de eventos que causam o envelhecimento da pele. Ele altera os ciclos de renovação celular, causa danos ao DNA que promovem a liberação de mediadores pró-inflamatórios, que por sua vez, desencadeiam doenças inflamatórias ou reações alérgicas na pele. Além disso, células do sistema imunológico da pele, chamadas células de langerhans, diminuem com o envelhecimento. Isto afeta a capacidade da pele de afastar o estresse ou as infecções que podem prejudicar sua saúde. Com o avançar da idade, diminui-se a imunidade, aumentando a incidência de infecções, malignidades e deterioração estrutural.

Níveis elevados de açúcar no sangue e glicação:
Glicose é um combustível celular vital. No entanto, a exposição crônica à glicose pode afetar a idade do corpo por um processo chamado de glicação. Ela pode ocorrer pela exposição crônica ao açúcar exógeno, nos alimentos, ou endógeno, como no caso do diabetes. A consequência principal desse processo é o estresse oxidativo celular, tendo como consequência o envelhecimento precoce.

Envelhecimento extrínseco da pele:
É aquele provocado pela exposição ao sol e a outros fatores ambientais como: o estilo de vida (exercício físico, alimentação) e o estresse fisiológico e físico. Um dos agentes mais importantes é a radiação solar ultravioleta. As toxinas com as quais entramos em contato, como tabaco, álcool e poluição do ar, entre outros, também ajudam no processo de envelhecimento da pele e, dependendo do grau de exposição, podem acelerá-lo, como:

Radiação solar:
Atua na pele causando desde queimaduras até fotoenvelhecimento e aparecimento de câncer da pele. Várias alterações de pigmentação da pele são provocadas pela exposição solar, como manchas, pintas e sardas. A pele fotoenvelhecida é mais espessa, por vezes amarelada, áspera e manchada, e há um maior número de rugas.

Tabaco:
Fumantes possuem marcas acentuadas de envelhecimento na pele. O calor da chama e o contato da fumaça com a pele provocam o envelhecimento e a perda de elasticidade cutânea. Além disso, o fumo reduz o fluxo sanguíneo da pele, dificultando a oxigenação dos tecidos. A redução deste fluxo parece contribuir para o envelhecimento precoce da pele e para a formação de rugas, além de dar à pele uma coloração amarelada. Rugas acentuadas ao redor da boca são muito comuns em fumantes.

Álcool:
Altera a produção de enzimas e estimula a formação de radicais livres, que causam o envelhecimento. A exceção à regra é o vinho tinto que, se consumido moderadamente, tem ação anti-radicais livres, pois é rico em flavonoides e em resveratrol, potentes antioxidantes;

Movimentos musculares:
Movimentos repetitivos e contínuos de alguns músculos da face aprofundam as rugas, causando as chamadas marcas de expressão, como as rugas ao redor dos olhos.

Radicais livres:
São uns dos maiores causadores do envelhecimento cutâneo. Os radicais livres se formam dentro das células pela exposição aos raios ultravioleta, pela poluição, estresse, fumo etc. Acredita-se que os radicais livres provocam um estresse oxidativo celular, causando a degradação do colágeno (substância que dá sustentação à pele) e a acumulação de elastina, que é uma característica da pele fotoenvelhecida.

Bronzeamento artificial:
A Sociedade Brasileira de Dermatologia condena formalmente o bronzeamento artificial que pode causar o envelhecimento precoce da pele (rugas e manchas) e a formação de câncer da pele. A realização desse procedimento por motivações estéticas é proibida no Brasil desde 2009.

Alimentação:
Uma dieta não balanceada contribui para o envelhecimento da pele. Existem elementos que são essenciais e devem ser ingeridos para repor perdas ou para suprir necessidades, quando o organismo não produz a quantidade diária suficiente. O excesso de açúcar também “auxilia” a pele a envelhecer mais depressa, como já foi dito anteriormente.

Pesquisas dentro da indústria de cosméticos e da estética médica têm tido um crescimento exponencial nos últimos 20 anos.

O ingrediente mais importante de todos na prevenção, principalmente do foto envelhecimento, é sem dúvida o filtro solar.  Este deve ser usado em dias de sol e de chuva, pois a emissão de raios UV é diária (a intensidade da radiação UV é constante ao longo do ano), sendo que o contato destes com a nossa pele é igualmente diário.

Os raios UV são os principais indutores de alterações na pele, conduzindo à produção de radicais livres de oxigênio e a alterações morfológicas. Assim, a proteção solar ganha uma enorme importância na prevenção do envelhecimento cutâneo. Existem vários tipos de filtros solares inseridos nos cremes e loções fotoprotetoras, designadamente filtros físicos (refletem os raios UV), químicos (absorvem principalmente raios UVB,) e biológicos (substâncias com atividade antioxidante que reduzem o estresse oxidativo provocado pela radiação).

Cremes antienvelhecimento conseguem melhorar e atenuar os sinais do envelhecimento cutâneo, mas com a incapacidade de conseguirem reverter todos os sinais, simultaneamente, de alterações da pele.

Já os tratamentos mais procurados são aqueles que apresentam resultados em um curto espaço de tempo e de baixo risco. Esses incluem lasers, luz intensa pulsada, terapia fotodinâmica, preenchimentos à base de ácido hialurônico, toxina botulínica, peeling químico, radiofrequência e procedimentos de dermoabrasão.

Confira algumas opções:

Peeling:
Peelings químicos com ácido glicólico, ácido retinóico, ácido mandélico, entre outros, oferecem um tratamento não invasivo para ajudar a recuperar a superfície cutânea. Após a aplicação, há renovação da camada superficial da pele trazendo brilho radiante e minimizando a visibilidade das linhas finas e de manchas. Embora peelings químicos sejam utilizados principalmente na face, também podem ser usados para melhorar a pele no pescoço, colo, mãos e braços.

Luz Intensa Pulsada e Laser:
Representam uma grande variedade de dispositivos e mecanismos disponíveis para tratar termicamente a pele. Sua principal indicação se dá no tratamento de vasos, melanoses solares, poros dilatados, com melhora no aspecto geral cutâneo.

Tratamento a laser fracionado:
Tornou-se popular em práticas cosmiátricas, pois tem demonstrado resultados favoráveis e tempo de recuperação mínimo. Em geral, este tipo de tratamento envolve a aplicação de uma luz de laser focada na pele. Com o calor gerado, as camadas superiores e médias são removidas da pele. Após a cicatrização, os resultados gerais mostram uma melhoria visível na coloração e na suavização de rugas.

Toxinas e preenchimentos:
Para ajudar a restaurar o volume e a minimizar linhas finas e rugas semipermanentes, a toxina botulínica e os preenchedores dérmicos podem ser utilizados na área dos olhos, testa e dobras nasolabial, na face, no pescoço e no colo (neste último, preenchedores). Os resultados, geralmente, duram de 4 a 6 meses para as toxinas e de um ano até um ano e meio para os preenchedores.

Como já mencionado, o sol tem um papel importante no envelhecimento prematuro da pele. Porém, além dele, outros fatores podem fazer com que a pele envelheça mais rápido do que deveria, por isso, é importante investir na prevenção.

Veja algumas dicas:

Proteger a pele do sol todos os dias.

Diariamente, mesmo em dias de frio ou chuva, aplicar um protetor solar com FPS 30 (ou superior) não apenas no rosto, mas em toda a pele que não esteja coberta por roupa: mão, pescoço, nuca, orelhas, pés e braços.

No caso da prática de esportes, inclusive natação, o produto precisa ser resistente à água. Se houver muita exposição solar ou suor excessivo, o produto deve ser reaplicado regularmente, de preferência a cada 3 horas.

Empregar outras estratégias de fotoproteção, pois só o filtro solar não basta. É necessário ficar na sombra nos horários de sol forte e complementar o protetor com óculos, roupas e chapéus apropriados.

Beber no mínimo dois litros de água por dia, pois ela hidrata o organismo e facilita a eliminação de toxinas que contribuem para o envelhecimento da pele.

Limpar a pele duas vezes ao dia, pela manhã e à noite.

O acúmulo dos resíduos de suor, da poluição, da maquiagem e de outras substâncias provoca a obstrução dos poros e o surgimento de rugas.

Usar  sempre um demaquilante e jamais dormir sem remover a maquiagem. Demaquilantes são mais eficazes que os sabonetes para retirar a maquiagem. O hábito de dormir maquiada obstrui os poros e impede a pele de respirar, o que provoca oleosidade e envelhecimento precoce.

Mesmo pessoas que já tenham sinais de envelhecimento prematuro na pele podem se beneficiar ao mudar o estilo de vida. Ao proteger a pele do sol, há uma chance de reparar alguns danos.

Parar de fumar.  Fumantes que abandonaram o vício perceberam melhorias na pele.

CÂNCER DE PELE

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos.
O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos.
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.
Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

Carcinoma basocelular (CBC):
O mais prevalente dentre todos os tipos. No passado acreditava-se que o CBC fosse originário da camada basal da epiderme, por isso recebeu o nome de basocelular. Contudo, sabe-se hoje que o carcinoma basocelular é originário das células tronco, células totipotentes do folículo piloso. Desta forma, áreas do corpo com grande quantidade de folículos pilosos como o nariz, tem maior incidência de CBC. O carcinoma basocelular é um câncer maligno de excelente prognóstico que raramente espalha pelo corpo ou gera metástases. Porém, o carcinoma basocelular pode ser localmente agressivo. Como o local mais frequente de surgimento é o rosto, o tratamento do CBC pode levar a cicatrizes inestéticas. Por isso é fundamental o diagnóstico precoce para que o tratamento seja mais eficaz e com menores cicatrizes. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, colo, couro cabeludo, ombros e costas.

Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase.

Somente um médico especializado pode diagnosticar e prescrever a opção de tratamento mais indicada.

O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.

 

Carcinoma espinocelular (CEC):
Segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. O Carcinoma espinocelular é mais comum em áreas do corpo expostas ao sol cronicamente, principalmente em pessoas de pele clara.  Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, colo. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é um tumor mais agressivo que o CBC, que pode espalhar pelo corpo (metastizar) e até levar a óbito em casos extremos.  Assim como o carcinoma basocelular, o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento adequado.

O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas imunossupressoras em pacientes com órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação.

Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessas e descamativas, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.

 Melanoma:
Tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença.

O melanoma, em geral, tem a aparência de um sinal (“pinta”)  na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, este sinal (“pinta”) pode sofrer alteração de cor, forma ou tamanho, e sangrar de forma espontânea. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; no tronco, nos homens; e colo e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo, pode ser suspeita para um médico.

Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolver a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente.

O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar. Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (metástase) e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental.

Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente entendimento das mutações genéticas, que levam ao desenvolvimento dos melanomas, possibilitaram que pessoas com melanoma avançado hoje tenham aumento na sobrevida e na qualidade de vida.

A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

Atualmente, testes genéticos são capazes de determinar quais mutações levam ao desenvolvimento do melanoma avançado (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4) e, assim, possibilitam a escolha do melhor tratamento para cada paciente. Apesar de ser raramente curável, já é possível viver com qualidade, controlando o melanoma metastático por longo prazo.

O câncer da pele pode se assemelhar a sinais, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem sinais, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:

– Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;

– Um sinal escuro ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;

– Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou. Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abominais e de cabeça, por exemplo.

A seguir, a metodologia indicada por dermatologistas para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma.

Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, basta seguir a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista.
Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.

Regra do ABCDE

Assimetria: Assimétrico =  maligno  / Simétrico = benigno

Borda:  Borda irregular = maligno / Borda regular = benigno

Cor : Dois tons ou mais = maligno / Tom único = benigno

Dimensão: Superior a 6 mm = provavelmente maligno / Inferior a 6 mm = provavelmente benigno

Evolução: Cresce e muda de cor: provavelmente maligno
Não cresce nem muda de cor: provavelmente benigno

Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma e melanoma. O Tratamento escolhido varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. Para diagnóstico e tratamento adequado procure um médico especializado.

Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos.

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol.

Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitos sinais também devem ter atenção e cuidados redobrados.

 Medidas de proteção:

– Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.

– Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.

– Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 09:00 e 15 horas

– Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.

– Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.

– Observar regularmente a própria pele, à procura de sinais ou manchas suspeitas.

– Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.

– Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.

Fotoproteção:
A exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito acumulativo. Ela penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de novos sinais, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não câncer de pele) ou malignos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma.  A maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição ao sol, por isso todo cuidado é pouco.

Sobre os protetores solares (fotoprotetores):
Também conhecidos como protetores solares ou filtros solares, são produtos capazes de prevenir os danos provocados pela exposição solar, como o envelhecimento precoce e a queimadura solar, além do câncer da pele. O fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB, não ser irritante, ter certa resistência à água, e não manchar a roupa. Eles podem ser físicos ou inorgânicos e/ou químicos ou orgânicos.

Os protetores físicos, à base de dióxido de titânio e óxido de zinco, se depositam na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Eles não eram muito bem aceitos pelo fato de deixarem a pele com uma tonalidade esbranquiçada, mas isso tem sido minimizado pela coloração de base de alguns produtos. Já os filtros químicos funcionam como uma espécie de “esponja” dos raios ultravioletas, transformando-os em calor.

Radiação UVA e UVB: um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB.

A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo e sua intensidade pouco varia ao longo do dia. Ela penetra profundamente na pele, e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele.

Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curto e é mais intensa de 9 as 15 horas, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele.

Um fotoprotetor com fator de proteção solar (FPS) 2 a 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB; o FPS 15-30 oferece média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50 oferecem alta proteção UVB e o FPS maior que 50, altíssima proteção UVB.

Pessoas de pele clara, que se queimam sempre e nunca se bronzeiam, geralmente aquelas com cabelos ruivos ou loiros e olhos claros, devem usar protetores solares com FPS 30, no mínimo. Já em relação aos raios UVA, não há consenso quanto à metodologia do fator de proteção. Ele pode ser mensurado em estrelas, de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA; ou em números: < 2, não há proteção UVA; 2-4 baixa proteção; 4-8 média proteção, 8-12 alta proteção e >12 altíssima proteção UVA.  O correto é procurar por esta classificação ou por valor de PPD (Persistent Pigment Darkening – mede o bronzeamento que a pele sofre após a exposição ao raio UVA) nos rótulos dos produtos.

Como escolher um fotoprotetor: em primeiro lugar, o FPS deve ser verificado, quanto é a proteção em relação aos raios UVA, e também se o produto é resistente ou não à água.  A nova legislação de filtros solares exige que tudo que seja anunciado no rótulo do produto tenha testes que comprovem eficácia.  Outra mudança é que o valor do PPD que mede a proteção UVA deve ser sempre no mínimo metade do valor do Filtro solar. Isso porque se sabe que os raios UVA também contribuem para o risco de câncer de pele. O “veículo” do produto– gel, creme, loção, spray, bastão – também tem de ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com pele com tendência a acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante, devem evitar os géis, pois saem facilmente.

Como aplicar o fotoprotetor: o produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2 horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado diariamente, mesmo quando o dia estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens. É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados. Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele, com a indicação do produto mais adequado.

DERMATOSCOPIA

A dermatoscopia é um exame, não invasivo, feito com auxílio de uma óptica (dermatoscópio) para melhor visualizar as estruturas da pele, proporcionando uma visão em profundidade que facilita a análise e documentação dos nevos (manchas e pintas). Através deste exame podem ser identificadas lesões de câncer de pele ainda em fase bem inicial e até mesmo diferenciar entre lesões benignas e malignas, eliminado a necessidade de cirurgias ou biópsias desnecessárias ou indicando tratamentos precoces.

A dermatoscopia é um exame feito com auxílio de uma óptica (dermatoscópio)  para melhor visualizar as estruturas da pele, proporcionando uma visão em profundidade que facilita a análise e documentação  dos nevos (manchas e pintas).

Este procedimento é realizado com o uso de um instrumento chamado dermatoscópio, que é uma espécie de microscópio com uma fonte de luz que permite visualizar a lesão com um aumento de até 40 vezes seu tamanho, possibilitando uma melhor inspeção, sugestão diagnóstica e conduta a ser adotada.

A dermatoscopia deve ser realizada, pelo menos uma vez ao ano, em pacientes com múltiplas lesões névicas (pintas e manchas) 50 ou mais por todo o corpo, naqueles com histórico familiar ou próprio de câncer de pele prévio e a qualquer momento em que o paciente observar o aparecimento de uma lesão (sinal ou mancha) nova em qualquer área da pele. Também pode e deve ser utilizada para exames de rotina nas consultas dermatológicas.

É um excelente método para diferenciar  lesões malignas e benignas, como por e exemplo os  melanomas de outras alterações cutâneas que envolvem os vasos sanguíneos, como as hemangiomas. Estas últimas são lesões que crescem como verrugas vermelhas ou roxas e estão relacionadas à dilatação dos capilares da pele, são  benignas e muito comuns em crianças e idosos e não necessitam de exérese cirúrgica.

A principal utilidade deste exame é identificar as características das lesões cutâneas, tanto as visíveis como as não visíveis a olho nu, de forma segura, precisa e indolor.

Isto possibilita um melhor e mais rápido diagnóstico, encaminhando para um tratamento mais eficaz e evitando biópsias e procedimentos cirúrgicos desnecessários.

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